quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Quinze por cento das praias paulistas são impróprias para banho

De acordo com a Cetesb, Praia Grande é a cidade 
mais afetada pela poluição. Foto: Sirlene Farias
No último dia 23 de outubro, dados da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) – que mede a qualidade das praias do litoral de São Paulo –  indicavam que mais de 15% das praias paulistas estavam impróprias para banho. Segundo informações da própria Cetesb, o principal fator para a poluição das praias está ligado à urbanização das cidades, em que o mal planejamento culmina em falta de saneamento básico e despejo de esgotos domésticos nas águas do mar.

Durante o período de medição, a cidade de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, apresentou os resultados mais críticos, com 50% de suas praias impróprias para banhistas. Para o publicitário Fernando Teixeira, que frequentou Praia Grande por muitos anos devido à sua proximidade com sua cidade natal – Santos – e com a capital paulista, onde vive atualmente, conta que o mau comportamento dos turistas contribui para esses índices assustadores. “Já encontrei pacotes vazios de biscoito e até de feijão nas areias, que ficam lá porque ninguém recolhe, atraindo mosquitos e outros insetos”, relata o publicitário. “Isso sem contar o que se encontra boiando nas águas, como fraldas e até mesmo detritos humanos”, diz.

Não só os banhistas são prejudicados com a poluição das praias paulistas. Também a flora e a fauna da região da Mata Atlântica são sacrificadas pelo despejo de esgoto nos mares. Entretanto, este não é o único vilão a destruir nosso ecossistema.

O derramamento de óleo nas águas oceânicas é uma das grandes causas da mortandade e extinção de diversas espécies marinhas. Em decorrência de vazamentos de óleo, aves têm suas penas inutilizadas e ficam impossibilitadas de voar, e peixes não conseguem extrair da água o oxigênio necessário para sua respiração.

A pesca também sofre com as consequências do derramamento de óleo nos mares. Segundo a bióloga Cristiane Feijó, quando ocorrem falhas na atividade de extração de petróleo, os pescadores dificilmente encontrarão um local que não tenha sido contaminado. Ouça a opinião da especialista.

Cristiane Feijó - Bióloga by Interligados Web

Cristiane ressalta que manter as praias em boas condições é uma atividade que deve unir o governo, a sociedade civil e o terceiro setor e que a educação ambiental, que deve começar na infância, é fator determinante para a preservação do ecossistema. “Se as crianças crescerem ambientalmente conscientes, nós certamente teremos um futuro melhor”, conclui a bióloga.


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